Dar espaço, dar tempo

por José Luís Nunes Martins


A melhor preparação para um encontro é a do coração. Criar espaço e tempo para que o outro possa viver nele. Amar não é levar algo já preparado, isso é ser egoísta, banal e igual a tantos outros. Quem tenta impor as suas ideias e sentimentos ao outro ainda não sabe o que é o amor. Amar é abdicar do seu espaço e do seu tempo, em favor do outro. Para que ele, sentindo-se amado, possa ser mais e melhor.

E espaço e tempo para mim? Deverei pedi-los a quem amei? Não. Amar não é uma troca, um negócio ou um contrato. As contabilidades são coisas da razão de quem teima em não ser feliz. De que importa ter razão quando se perde o coração? Mas será que pode haver razão onde já não bate um coração?

A felicidade é um estado de plenitude. Um espanto constante, que se aprende a manter. Uma surpresa sem fim que se deve conquistar a cada dia. A felicidade é a realização plena de si mesmo, acompanhada de uma sensação de puro prazer….

Algumas pessoas são más... mas será que o são mesmo? O mal é a ausência de bem. Uma fome egoísta do coração que tudo devora à sua volta. Uma frustração de nunca se bastar a si mesmo, por mais que se preze e valorize. É sempre pouco. Há um desejo ardente de bem em todos nós. Mas, nalgumas pessoas, porém, está apenas mal orientado.

Um egoísta pode ter apenas medo de amar. Deixa-se escravizar por pânicos e fantasmas que pouco ou nada têm de real. Quem ama sofre, muito. Mas não são essas dores que os egoístas temem, porque não as conhecem nem imaginam o que possam ser.

A paz do amor não é a ausência de sofrimento. Os sacrifícios são parte deste nosso caminho. Muitos fracassam porque se prepararam apenas para receber muito... o preço da paz é a luta para a merecer e, no momento e lugar em que, por fim, é recebida...  deve oferecer-se!

 

(ilustração de Carlos Ribeiro)

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